[PT] Um pouco da minha história no andebol da AAC
Para a história ficam as boas relações que criei graças a esta secção e às pessoas com quem tive o prazer de privar.
Falar da minha história no andebol da Académica obriga-me a explicar um pouco o que me levou até lá. Numa cidade em que a oferta desportiva para os jovens era bastante diversificada e de fácil acesso, relativamente à densidade populacional, iniciei a minha atividade desportiva muito cedo, integrando a equipa de natação do CNAC. Ainda numa fase inicial experimentei também a ginástica desportiva na Académica, após ter ganho uma bolsa no colégio que frequentava. Depois de alguns desentendimentos e um abandono da natação, senti a necessidade de continuar ligado ao desporto. Tomei conhecimento do andebol da Académica através de amigos que, numa situação semelhante à minha, procuraram alternativas. Nunca tinha praticado andebol e pouco sabia acerca das regras do desporto, por isso era algo totalmente novo para mim. Vários desafios de uma só vez: aprender a dinâmica do jogo e fazer parte de um desporto de equipa, já que na natação, ainda que fazendo parte de uma equipa, os atletas passam a maioria do tempo sozinhos. A minha primeira impressão quando entrei no pavilhão Eng. Jorge Anjinho para falar com os treinadores dos juniores, na altura António Sousa e João Africano, foi marcante. A forma calorosa como fui recebido e o entusiasmo daquela equipa em ter mais um atleta foi um passo muito grande para me sentir totalmente parte da casa. Desde cedo criei uma empatia muito grande, especialmente porque apesar da nossa equipa ser honestamente mais fraca que as gerações que nos rodeavam (os juvenis estavam a lutar para subir à primeira divisão e a equipa de seniores muito experiente a fazer uma sólida prestação na 2a divisão), nunca senti falta de apoio de toda a gente envolvida. Lembro-me inclusivamente que por diversas vezes tivemos a presença de atletas de outros escalões (Castro, os irmãos Reis, entre outros) a complementar os nossos treinos para garantir que tínhamos gente suficiente para um treino eficiente. Nos anos seguintes, houve momentos em que pensei em deixar de praticar porque estava rodeado de qualidade na minha posição, tanto nos juvenis como nos séniores. Por outro lado, todo este talento com quem tive o prazer de privar, levou-me a continuar a trabalhar por um lugar na equipa. Isso e o apoio incondicional dos colegas de equipa mas principalmente do treinador, na altura o Ricardo Sousa, que me acompanhou de júnior até ao meu último ano de sénior na Académica e com quem criei uma empatia especial. A minha chegada a dirigente aparece numa fase conturbada da secção. Entre vários problemas, deparei-me (ou melhor, deparámo-nos) com uma situação complicada em que mal havia dinheiro para manter a secção a funcionar. Para além disso, com as novas regras da FAP, corremos o risco de não conseguir inscrever a equipa sénior no campeonato nacional. Com bastante esforço e empenho, particularmente da direcção e de alguns atletas (Miguel Catarino, Tiago Carmo, Elisio, …), com algumas negociações e compromissos à mistura, lá nos fomos safando, mas sempre nesta corda bamba. A minha mudança para Aveiro ditou o fim da minha relação directa com a secção. Ainda assim, sempre que regressava a Coimbra sabia que tinha uma casa que me receberia de braços abertos. Por diversas vezes treinei com as equipas sénior e júnior, mesmo já não estando inscrito como atleta da secção. Esta, aliás, foi uma das características únicas que encontrei neste grupo de amigos. Frequentemente antigos atletas apareciam no pavilhão e pediam autorização para participar no treino, mantendo viva uma ligação pos-atleta. Para a história ficam as boas relações que criei graças a esta secção e às pessoas com quem tive o prazer de privar. Prova disso é o jantar anual que continuamos a organizar, em que muitas das peripécias são re-contadas vezes sem conta.